A ética e a moral jornalística
Por Simone Santos
Moral e ética, às vezes, são palavras empregadas como sinônimos, um conjunto de princípios ou padrões de conduta. Ética pode também significar Filosofia da Moral, portanto, um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem as condutas humanas. Em outro sentido, ética pode referir-se a um conjunto de princípios e normas que um grupo estabelece para seu exercício profissional.
Em outro sentido, ainda, pode referir-se a uma distinção entre princípios que dão rumo ao pensar sem prescrever formas precisas de conduta e regras precisas e fechadas.
Portanto, deve-se chamar a atenção para o fato de a palavra “moral” ter, para muitos, adquirido sentido pejorativo, associado a “moralismo”. Assim, muitos preferem associar à palavra ética os valores e regras que prezam, querendo assim marcar diferenças com os “moralistas”. Parte-se do pressuposto de que é preciso possuir critérios, valores, e, mais ainda, estabelecer relações e hierarquias entre esses valores para nortear as ações em sociedade.
Situações cotidianas da vida colocam claramente essa necessidade. Por exemplo, é ou não ético roubar um remédio, cujo preço é inacessível, para salvar alguém que, sem ele, morreria? Colocado de outra forma: deve-se privilegiar o valor “vida” ou o valor “propriedade privada?”.
Com o passar do tempo, as sociedades mudam e também mudam os homens que as compõem. Por exemplo: até pouco tempo atrás, as mulheres eram consideradas seres inferiores aos homens, e, portanto, não merecedoras de direitos iguais. Portanto, a moralidade humana deve ser enfocada no contexto histórico e social.
A dignidade da pessoa humana de como agir perante os outros recebe uma resposta precisa: agir sempre de modo a respeitar a dignidade, sem humilhações ou discriminações em relação a sexo ou etnia, pressupondo um valor moral que os homens têm direito de ter suas opiniões, de expressá-las, de organizar-se em torno delas. Não se deve, portanto, obrigá-los a silenciar ou a esconder seus pontos de vista; ou seja, são livres.
A sociedade é que permite a expressão das diferenças, a expressão de conflitos, em uma palavra, a pluralidade. Portanto, para além do que se chama de conjunto central de valores, deve valer a liberdade, a tolerância, a sabedoria de conviver com o diferente, com a diversidade.
Tal valorização da liberdade não está em contradição com a presença de um conjunto central de valores. Pelo contrário, o conjunto garante, justamente, a possibilidade da liberdade humana, coloca-lhe fronteiras precisas para que todos possam usufruir dela, para que todos possam preservá-la.
As pessoas não nascem boas ou ruins; é a sociedade, quer queira, quer não, que educa moralmente seus membros: a família, os meios de comunicação e o convívio com outras pessoas tenham influência marcante no comportamento das pessoas.
O caráter abstrato dos valores éticos trata-se de princípios e não de mandamentos. Supondo que o homem deva ser justo. É claro que não existem normas acabadas, regras definitivamente determinado. Contudo, ético é um eterno pensar, refletir, construir.